quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Acrescento Linhas Ao Manual

(Como a vida moderna interrompe na estratégia do Ser)

Queria ser grande e despreocupado.
Talvez alto, mas não mais alto que as nuvens
Não mais alto que o sol
Perto da lua virgem aquela
Perto da outra lua esta
Gosto de estrelas
Gosto de estreias
Embora viva em segunda mão

Estou no terceiro andar de um hemisfério privado
Atirei-me da janela e não caí, não, hoje estou bem
Vi algo concreto porque li numa revista
Não era usual ser surreal
Não era eu num filme-filme
Era mais ele no cinema lagarto

Sou interessante
Mas nunca me chamaram pornográfico
É triste e excitante ao mesmo tempo

E agora estou a vê-la passar
E agora ela ELA
Hemorragia sexual SEXUAL
Serei um ... pretensioso sem rimas
Portentoso viciado na neblina

o segundo entre a voz e o silêncio

Aconteceu num dia um demónio tocou numa flauta tocou numa harpa
Flauta um dia aconteceu tocar num demónio tocou numa harpa

Harpa num demónio tocou numa flauta tocou e aconteceu

Um. dia. aconteceu.
A janela esfaqueou a criança que não chora

Me & Me
A melhor combinação para uma morte adiada
Loop e flashblack à esquerda do paraíso
Todos juntos, mais uma vez sem emoções actuais!
Sou um museu com lepra nas articulações!

Não é nenhum dilema louvar a presença de quem não vejo
Uma árvore morre mais depressa do que um beijo
Quando é sentido e tem sentido
Quando a violação é mútua e exploratória
Quando eu me liberto e me consigo libertar

«Não« quero« ir« para« casa«

Quero êxtase maior do que bocas artificiais
Quero-me rir das palavras que ensurdeço
Quero saber-me imoral e tornar-me imortal
Quero sentir-me inútil sabendo que sou útil

NãO
SEI ESTAR
NãO SEI FICAR
NãO SEI EXISTIR
E com heroína sou ainda MELHOR

Não consigo explicar por palavras as palavras que me palavreiam
Mas ainda assim tenho sede e só não a tenho quando já não a tenho...
Não há muito a dizer sobre mim.
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Tudo o que fiz não sei como o fiz

Sou como ele, que escrevia antes de gostar
Profissional na arte de continuar
Dizem que
Não tinha palavras sábias mas
Era um poeta, ele

+o Aramis+

Matem-se todos
Não há nada a dizer
Não há nada a esconder
Não há nada a pensar
Não há nada a solucionar

Não há nada...

As melhores coisas estão em formato violeta
E as melhores coisas nem são coisas

São CeNaS!

Sinto-me sem sentimentos
E não é só uma aliteração

Vamos esquecer tudo isto e ser sónicos por um instante.

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