sábado, 22 de novembro de 2008

Sensorial

(explosão)

A invenção dissipou-se e o sol tornou-se húmido
Tortura de uma esponja desvanecida arruínada em impulsos
cósmicos: Planeta Prometido

Estávamos em plano astral
E o céu enjoava
Estávamos em época luz
E crianças criavam
O riso de um esquilo a palpitar
O que já não queria ver
Dentes convencionais pré-esqueleto
Tremendo ritmo seco

Sou diferente da diferenciação em série
Deslizo na anti-regra gramatical
Seguro casas de horror por entre dedos fascinados
Venho na noite, quando os gigantes bocejam e
Os rebeldes se espalham na ignição
Não me conhecem
Não me queiram conhecer
Engulo sistematizações

Sunset Butterfly

Longa asfixia
Asfixia a expectativa
Aperfeiçoa a estimativa
Uma cor de cada vez

Jesus a brilhar
Jesus numa luz
Num quadro dimensioso
Um fogo numa cruz

A companhia de passos e fantasmas
Em pés invisíveis friccionam
Em tecto aberto situam
Cabeças desvirtuadas em textos loucos partem
Partículas partem

PARTEM
PARTEM
PAR-TEM
P-A-R-T-E-M

Suicídio do poeta, morte do compositor
Conquista da derrota, parte II

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ilustração de Saturno

O que cospe madrugadas sabe que Deus dorme bem
Tornou-se uma evidência a prova imbatível da noite
a rodear ágeis possessivas criaturas

(luz)

É literatura quando te toco
Equívoco cósmico de rótulas decepadas, o sangue
que me gela vem de torres isoladas
Faróis que estagnam na parede menos confusa da austera solidão
É ciência quando te toco
E flores centrais se observam
E cuspo em chamas radioactivas se espiritualiza
E a abertura sexual em traços se evangeliza
Com autores dois e dois só, juntos
Estudo o teu corpo na véspera como uma cor sem naipe
Acessível a comportas criativas de
Um belo morto ser espacial
Gelado em Saturno despido
Contador nocivo do estrelato
Sou eu com brilho automático
Accionado em egoísmo de tornozelos mágicos impresso

(batimento de asas militares)

O demónio pede perdão ao Amo que o despreza

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Álgebra Linear

Fase de astigmatismo, delírio analógico e dentição
Urgentes espelhos sexuais na exposição
Não há arte feia na exposição.
Seguem toques de modelo sinistro os que habitam e perdem e sabem menos
Conscientes na maternidade de um ginecologista amador.
Mortos de manhã
Entrudo de perfil com boca silvestre de lado. Palavras
que ficam entaladas no momento e se servem num prato anfíbio de jóias
O inteiro mundo prepara-se para uma explosão sem nexo, um abraço sem apego
Fenómenos de cave com diafragmas no tecto
Cada livro tem órbitas nuas no núcleo. Ler é só para cegos experientes em visão pura
Parasita a calcular realizações em duplos imaginários, aqui. O mito
do pêndulo industrial num balanço
táctil a percorrer dedos defuntos em impressões digitais.
Esqueço pela energia o poder no qual me vejo péssimo. Divisões.
Plasma em capítulos oferecidos

Simples como álgebra abstracta
Exacto como álgebra linear

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Espírito Nuclear

Numa, duas, três, menina sem curvas no pulso
e
O doutor dos espelhos sem cura
e a
Madrugada de insónias pregadas
e
Algo mais muito indefinível demais para

ex
pli
car

Quero um oceano esculpido no Inferno
Quero um olho ténue
Quero...

Agarrar-te nos braços e parti-los em braços esquivos
Beijos e sangue em preto derretido

No momento em que a diástole cínica do teu prazer
Se apaixona por uma mulher, que se apaixona por um relâmpago num dia
Sem doenças
Eu não tenho doenças
Sou só de outra cor e a cor é esta
A mesma
Que não se vê

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Nómada Silencioso

Dia de Inverno aconchegado
Entra a sina premonitória com ritmo de elevador
A anunciar o fim
Talvez o envolvimento bonito de um motor
E um animal nos salve do paraíso

Enquanto isso, a criança inóspita brinca
As suas palavras
Parecem alcatrão queimado

(Converte-se a inocência em disparate
Para evitar confusões)

Ouço passos em dimensão absurda
Devo ser eu a entrar em mim a entrar nos passos
A afastar-me

De forma pré-frontal, o vento é encarado como um luxo
Um poema cardíaco que simplesmente se mexe
Como ele seria se só me movesse, se não ficasse
.Se fosse belo.

Chove para nos lembrarmos que somos de pedra

A beldade nunca se julga bela e quando se julga, sabe sempre que não é bonita
Ela

Gelo de mãos pelos direitos humanos
Tocam-se em galáxias
Tocam-se em bocas
E morrem
Sem nunca saber porquê

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Consequência Cerebral

Sibilante trovâo
O reino da grande explosão é alto
Na porta arrepio
Degraus são incómodos na leveza
Crepitante
E eu espero como lua tubercolosa em cama astral

Arranco cabelos um por um
Margaridas capilares
Maxilar irascível de carne humana no canto
(ou é brisa ou é sussurro ou é vento que danifica)

Hotel sem janelas na janela
Teorema do dilema despido
Pumpkin obscena sem fogo de caverna dentro
A levitar
Brilho alienígena numa cara acidental
Princesa da Disney ao contrário

o
i
r
à
r
t
n
o
c

Reino:

O regresso de conversas primogénitas e
Ponteiros urbanos
Numa cidade castelo, cidade
Velocidade lenta, segredo
De uma língua magenta
Assustando dragões em água afogada

Flores

Intimidante longe do rio
Afugento-te com água formal
Não és superficial
Tens verde impulsivo a descer do braço indecoroso
Agressiva individualista
Aperto a tua loucura em cores disformes
Chamo-te disforme e desfigurada
Estás entre a faca e a espada
Uma amante fictícia.
Dolorosa e explicativa

Como seis rosas mais uma
Como o ar que vê mais nenhuma

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Bisturi Artesanal

Olhos de papel! Foi o que eu pensei.
E algo que queria estabelecer já esqueci
Era talvez a vontade de escrever 'foder' ou períodos longos de reticências
Essas formas pequeninas, peças de silêncio simétricas

Caio do abismo sem nunca ter estado no topo
Príncipe da pontuação irrelevante
Atirei pedras à minha cara partida e agora tenho
Olhos de papel! Foi o que eu pensei.

domingo, 2 de novembro de 2008

Um Dia Foge Da Lenda

Havia um homem e comprou uma raça de homens
Chamavam-lhe abusivo mas continuou, era forte
O homem era grande, maior do que o próprio tempo
Ele seria o tempo
Com uma cabeça forte derretia montanhas em prazer
Hábil com pensamentos, extravasava o vulgar
ClARO que o seu vício era outro e o mesmo ao mesmo tempo
Similiridades faziam-no pensar, escreveria como Pessoa se lhe dessem caneta
Chegava sempre a conclusõees
sem tinta.a.a.a.a.a.a.a.a.a.a.a.a.a.

Afinal Deus é parecido a Jesus
E Caim nao tinha nenhuma marca,
era só uma tatuagem!

Deixei a Vida Para Trás

(Fechei-te numa caixa forte
E apareceste atrás de mim
Imediatamente)

sábado, 1 de novembro de 2008

Talvez Hoje Escreva Sem Pensar

Interiorizo lâminas sorridentes pequenas videntes
Agora que o artifício desapareceu artificial artificioso
Blink, blink, blink a chuva morre nos braços de ninguém

Conheço uma pessoa que recita e visita e sabe e brinca
com metáforas e mecânicas dramáticas
Tudo nas ruas de uma cidade grande onde o frio aquece
E a harpa anoitece

Vi o genérico sem perceber visualmente
Dois postiços num escorrega mágico
Copos de face estilhaçada para cima
Olhos de fantasmas e vime

O quadro descreve-se a si mesmo
Numa escala
Perturbações de anjo etílico em devaneios refutados
Ficando a imagem reflexiva:

Uma constelação pálida
À procura de cor