quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

não sei escrever
nem fazer tartes

renego o feminino
as rugas
os gatos

pinto um quadro com as lágrimas
dos demais
rio com o nascer do sol

Sou sortuda nos entretantos



Rita Duarte Chevalier
20/12/09
Assassina sementes de sésamo
I don't care

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Strawberry Planet

You had it all

Still your teeth conspired

Circus drums around your neck

I miss your planet

Strawberry star strawberry heart

Strawberry planet
Desconstruir a realidade
Construir o sonho
Com mãos de veludo
Mãos de veludo

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Rita Repulsa

ficou tão triste o gordo quando reafirmaram a falta de
bolachas no Inferno
triste, eu no teu lugar mudava de lugar e vinha para o meu

sou o ídolo do povo
a semente da revolta no olho do cinema
fiz esta canção para assustar pássaros doidos

repulsa, repulsa!
corta os pulsos, os pulsos!
sonhei-te no ângulo remoto do espelho
corta os pulsos, repulsa!

também achei boa ideia mutilar o voo dos normais
simplesmente: a cura

sábado, 31 de outubro de 2009

g l i t t e r

sou digno da palavra maior
sou do gueto felpudo
dá-me carinho
dá-me brilho

mima-me como um animal

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

posso contar-te coisas fantásticas

falo muito de cemitérios e extravagâncias assim
velas e fogo ceras e dramas
avalanches de bolos de aniversário
cobertura de homicído não-premeditado

fazemos anos todos os anos
e continuamos a fazer festas
só fiz anos uma vez e nem bolo me ofereceram!

só vivo porque ainda não se deu o Naufrágio do Universo
só caminho pela possibilidade de me esquecer daquela noite noite noite
entre esqueletos centauros e chuva
no sabor ácido de Hades

brincado com a pontuação da alqumia
dying numa discoteca em chamas

no meio da plebe

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Brinco com as palavras minhas amigas
Como Gepetto e suas criaturas na oficina!
Amo-te mas não acreditas em entusiasmo
Acalmo mas continuas em negação
Serei para ti
Como um pinóquio em chamas
Um menino redondo
Um menino-homem enorme
Um boneco que brinca na
lareira e arde por cada
palavra cruel que satisfaço
O mundo é meu e terno em
lugares e obscuro

Minto minto minto
e não cresce a inteligência que sinto
POR TI

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Tempo de Luxo

Vinha no ar uma mistura lilás
Estes segundos passaram desde que os animais passaram, estes
animais redondos
que enchem copos destemidos com o suor dos outros, que se
ligam uns a mim em
máquina humana insana solta.
É assim que vou aos saltos perfurando o chão do baile decadente
permitindo que uma equação me comande a miséria, desejando a
culpa como um temporário sem fuga, uma
vítima da agência onde o violento tem cara de pouco
e é violento e é pouco
e a violência é negligência
e os padres cantam ao matar crianças no altar
e não há vozes quando há criminosos no céu e claro que eu, não
sou diferente
sou tão igual a ti e aos outros, até
prefiro o genocídio como uma entrada bárbara, essas
peças de lábios em fatias desproporcionais, bonitas
almas de porcelana em caos existencial, no dia em que o dia é o
dia do
apaixonamento ineficaz e mais e muito mais do que ver
lembro cicatrizes, lembro tudo e tão pouco
lembro a lembrança que já nem é lembrança pela distância, eu se
fosse eu
resumia espíritos selvagens em dosagens inferiores infringidas
CoMiA a DoR aTé MiNuToS dEsApArEcErEm Na
InCoNsIsTêNcIa TeRrEnA
sim...SIM..sim
era capaz, claro que era capaz
de me sentar no topo do mundo
sem pestanejar

(Um dia o dia apareceu sem avisar. E dormiu a noite toda.)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A parafina faz-te mal faz-te mal
Incendeia-te bebe querosene
a consistÊncia do pesadelo começa na concepção
a consistÊncia do pesadelo começa na concepção

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

eu paro
tu pares
ele pare
nós parimos
vós paris
eles parem

eu paro de parir nós paramos eles param
quando eu parar de parir
quando eles parirem

nós pariremos

domingo, 23 de agosto de 2009

tudo menos apedrejamento


gengivas não precisam de explicações
vão a todas as aulas e são feias
marronas intelectuais de pernas dormentes
são tudo menos pedras
tudo menos insectos
tudo menos incesto

tudo menos a rapariga é belo
a música e os penteados são belos
como gengivas feias que
pensam um dia

apenas num dia

serem pop stars

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A Atmosfera do Grito

Dedicado ao filho dap uta

after a bomba paradisíaca
não haverá sol pelo meu decreto
não haverá som por vontade
minha
calarei os mudos num dia de lua cheia esburacada
simultaneamente esconderei o ventre dos ventos
magistral na sua alegoria nos inimigos existo
vejo pulsos adormecidos vocalistas da hepatite irados
por falta de crenças maiores

ruínas de insecto inundado numa mão
a água esvai-se na outra não chega a flutuar

és um fantoche com cara de leão
capaz de engolir fogo e miniaturas modificadoras
do estável
isto não é amor, meu amor
é
asfixiamento detestável
raiva do predestinado a luxúria do homem descortinado
pelo sorriso de outra flor
Isto
é um tributo ao amor

confio os deveres ao vegetal cientista
curo os sinais de redenção e desespero
esperando celebrar o lucro dessa alma inquisidora

como se chama a tua dor?
qual é a atmosfera do grito?
a dor grita?

conheço-te pela frase de pregos
estagnada nessas costas
peculiares
a tua cara parece-se a mim quando fico mórbido
eu mórbido more more getting more and more
louco
more fina
sou prego
és alfinete em
superfície superficial supersticiosa

-----------------------------------------

numa de bondage, a Florbela Espanca
e
algures alguém morre de aborrecimento
por não ler estas palavras

(ruído severo)

glória ao senhor dos skies
chefe do rebanho-paradise

Hallelujah

(esconde os mortos)


...........................................................................

Lista de animais não mencionados aqui:
Pandas; Esquilos; Elefantes; Gatos; Formigas...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

a arte é suculenta
como um bife mal-passado numa chapa de sucata
bebe a lâmina
lata
gasolina

o amor é feito de silicone

a mais louca

era um lugar achava ela um lugar com sítios e fruta
melancólica fruta melancia melão
fecho os olhos e faço de conta
está um ? no piano a rir-se com alface nos dentes
e para a sobremesa gelatina diz ela bem alto
"GOSTO E DAÍ?"

a apaixonada inspira uma canção e uma vez
outra e outra os lábios tocam o sexo das teclas
não me lembro da tua cara diz a louca sem pensar não me lembro
mas tinhas olhos e boca comia-te os olhos com a boca
entende que não sou má mas não sei se deverei espantar
um animal ou deixar-me ficar no nitrato
dói-me a medula quando penso na praia genital do teu abandono

larga-me por favor
não sei se te dou um tiro ou se me espanto com
o deserto do teu afecto

domingo, 9 de agosto de 2009

Tom Waits For No One

Willy Wonka é um doce

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Por Serem Brilhantes

Apetece-me ver o Dark Knight outra vez.
I'm dead serious, I wanna watch the world burn

Alimento-me da arte que imprimo
adquiri luz e sombra para melhor poder pensar

Uma raça de espelhos não sobreviveria
ao dilúvio da fealdade

quarta-feira, 1 de julho de 2009

o Desespero da Normalidade

qualquer homem pode inventar uma doença curável
sei disso sei disso bem não porque me contaram
apenas sei, vim de um mundo deformado à minha imagem não porque me contaram
apenas sei, vim estou aqui aos pés da normalidade
no desespero da normalidade
no calor da normalidade
afecto e aceito o teste, exploro a inverdade incomun
não fico chateado não posso ficar não tenho corpo, finjo que sim
passa a carrinha dos gelados
tudo vai bem
fácil esconder o que se pensa
sons de animais são gritos
não se percebem num universo surdo
num sítio mudo a boca é supérflua
sou SUPER mas ninguém descobriu
fogo da estupidez
o aconchego da normalidade não me aquece

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Plano Divino

O Dead está morto
Porque se matou?
Não sei
Tu sabes?

É noite outra vez
E os humanos repetem-se
Tenho fome de humanos
E nunca estive morto!

Penso muito nestas coisas que escrevo
Não tanto assim mas um pouco sim
Mais que um bocado e menos que demasiado

Deve haver um plano divino
E cérebros no esófago
Halloween no Paraíso
Inferno no Natal

Deus
CriaDor

E todos o acompanham

End Justice For All
Não pode haver justiça

Bon Scott nunca ouviu o Number of the Beast

sexta-feira, 5 de junho de 2009

there's a place for you in my art

És sensual para mim, tu
tens olhos no lugar certo
Não muito mais posso dizer
I'm sweet mas cínica
Rebelde mas sucinta
Pergunta-me coisas, não te
respondo sem desprezo, verás
Mas brinco. És sensual.
Tens boca acima do queixo
Tempo verbal só o condicional
Preciso de algo em troca
Sou adepta secreta do sofrimento
Sei que um dia a dor triunfará
Preparo-me para o Apocalipse
Incógnita omoplata vibra, risos de
sangue pelas costas
Ah, já sei. Ninguém sabe.
Peça à solta na engrenagem confusa
Está avariada a máquina
Solta flores entre o terreno e o visível
Planeta sensual
A realidade ilude


Rita Duarte
5/06/09
Razões não apresento para ser como sou. Sou assim e não outra.
Quero quero quero que me ouçam que me vejam admirem glorifiquem.
Egoísta redutora? Não sei.

Elevo-me na inferioridade plural do inferno que me suscita



Rita Duarte
4/06/09
A Natureza fascina,me - Sabes?
Esta esfera que se move possibilita-me a palavra e o sobrenatural. Dá-me liberdade de enunciar, catalogar, trocar vocábulos, sinais, animais.Tudo.

Mudo sinais de pontuação. Porque posso,


Rita Duarte
2/06/09
Não tive saudades tuas
Não me autorizaram a ter
Água escorre pelo lobo
Natural fonte animalesca
Sem reacção bobo
Justaposição cósmicas dos nossos
Poderes mais fracos

Não tenho recordações tuas
Não me autorizaram a ter
Triste mudança coreografada
Na berma menos polida do infinito habitual...

Rita Duarte
2/06/09

sexta-feira, 22 de maio de 2009

floweR

ficar calmo com a luz do sol

ficar calmo com a luz do sol

hoje é dia de poesia

não tenho nada a perder

i've got nothing to lose

não tenho nada a perder

i've got nothing to lose

i've got the friday blues


- E como vai a tua mente?

- Óptima! Ainda não explodiu!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

the curse of beauty

Interminável conflito de pele
Sou a mulher estátua
Forjada em proporções bíblicas
Sou a mulher extinta

Será admissível o estalido estiloso
contagiante que divide a artéria em 2
Hifenização do universo
A Natureza é excêntrica

Louca, desesperada, um anjo da manhã
O soutien aperta o luxo e o cabelo

Inicialmente suporto a forma
bela dos pés das demais
A minha ética impede-me de lhes
recortar os membros
Não queria isso em mim
o mundo o mundo o mundo
precisa de cinderelas com os pés inteiros

Contradição sexual
a madrasta é mais sexo
que uma virgem remendada

As mulheres têm o nariz fino

Witch hunt, curam-se os vícios
Assume-se a sequência de partículas de chamas
escolhidas a dedo

Estética delicada da envolvência feminina ela é

louca, desesperada, um anjo da manhã
O soutien aperta o luxo e o cabelo
O luxo aperta o cabelo e

A mulher com sol nas artérias

Rita Duarte
14/05/o9

Claudio Biern Boyd

Facas! Facas!
Defesa Pessoal!
Karaté Porno
Bolos com cerejas cristalizadas
Desenhos animados
Cores e caramelo
Amarelo, violeta, verde
Cor-de-rosa violento azul
Sol fluorescente
Lua cinzenta
Queijo na lua
Doces, gomas, gominhas
Sugar, sugar, sugar...
Agulhas nice
Uma pintura do sunset
Happy happy epiléptica
Sorrimos muito e ninguém ousa não
Par-tir-nos os d e n t e s

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mike Patton Mike Portnoy
Mike Patton Mike Portnoy
Mike Patton Mike Portnoy
Mike Patton Mike Portnoy

Ronnie James Dio

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Sinceramente Vossa

Às terças pinto as unhas e reparo
como é absurdo introduzir quotidiano
nesta vida irregular

Perdido o entusiasmo infantil
tenho os lábios cosidos para ver
se as palavras não fogem

[Ninguém nada valoriza
Ninguém escuta o silêncio dos pássaros]

Rita Duarte
05/05/09

Fragmentos Pessoais

O telefone toca. Tu atendes.

- Sim? Não, não pode falar comigo. Não estou em casa.

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Cruz no peito é interminável
Cruz em cada pele em contacto
Religião é âncora
Seguro ter pára-quedas
Quando te atiras do infinito

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Louca suficiente para permanecer aqui

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A sensual rouquidão e o teu toque no meu
O teu toque no meu, o teu toque no meu
Tic toc tic toc, tic tac tic tac
O tempo pára
Somos insanos
Shh! Não vamos dizer nada. Seremos discretos

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O "eu" poético é carregado de emoções
Pertencem-me e não me pertencem
Aqui crio e recrio-me

É encantador tudo isto

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O planeta é pequeno demais para mim.
Renego-o.


Rita Duarte
30/03/09
Minha esperança como um rio negro (negro)
Minha salvação como uma porta fechada (BLAM)
Fantasia e virtual num só (um)

Olha para mim, destrói-me
Os meus sonhos estão mortos mortos

Rita Duarte
11/02/09

O Espelho

Um monstro deve ter poucos amigos
se chegar a ter, é um, mas um não chega, um é ele
e o sentido perde-se
na pura individualidade

Rita Duarte
15/01/09

Minhas Complicações Subtis

Na pausa acelerada páro
Sinto-me cansada
Palavras são bonitas quando rimam
Momentos rimam
Eu rimo

Quando não há nada mais a rimar

Sou um momento
Uma etapa
Uma viagem
Separada por vírgulas
Dividida por 0

Idolatrando cada momento especial
Apodrece o meu ser na sepultura natural


Rita Duarte
1/01/09

quarta-feira, 6 de maio de 2009

o Mundo em Power Chords

os pulsos estão fracos, perderam a alimentação, o horário habitual da alimentação foi perdido
o coro dividido em dois: desmedido no cabaret

palmas lentas em delay
sorrisos em reverb

suicídio em loop


"Assaltante abatido com tiro na cara em perseguição policial"

Choque!
Choca-te!
Choca!
Colisão!

devia estar a chover
descarga nocturna de solos em cima do telhado
ele tocava e a chuva não parava mas
sssabes é bom

porque nao pode chover para sempre

(previsível na imprevisibilidade) é
improvável que escreva palavras saltitantes sem dedos meus no lugar
é provável que tenha um
cérebro espalhado no lugar inverso

lobo acelerado
evolução disléxica
neurónio digital

é este o

planeta: da confirmação: da mentira
ninguém suspeita da falsa ideia bem executada
ninguém suspeita dos sonhos dos tolos

terça-feira, 5 de maio de 2009

(sequência de baixa auto-estima)

harpsichord com força de mamute atinge os demais com uma flecha
na cara uma flecha
e sangue no INterior

não há forma de memorizar a imortalidade
ajoelhado de floresta extraída por motivo não-sei
como uma oração gigante

ela voa no videoclip e está liberta
no ecrã
gritar é arte com facas apontadas
quero levar-te lá

"a vida é um mistério"
sou tudo o que sou para ti

deves estar em casa a não pensar em mim
harpsichord e harpa, não sei se é a COMBINAÇÃO
ideal

dedos leves, flutuantes, cordas múltiplas
orgasmos multicolores colares

és linda como um peluche na loja
bonita como a lua num dia apaixonado

o homem reanimado pelo teu beijo

Confissão:

a amante da minha amante não sabe que tenho outra
e ninguém pode querer interiorizar as vísceras
que me compõem hoje

*

pronto, falei de ti, linda, da oração e destas coisas do quotidiano
as coisas que penso quando não estás no alcance da minha

egoístaluxúriametalizada

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Viúva Indefinida & Outras Citações Próprias

(I converse with the Almighty)

evocar viúvas nojentas
talvez francesas, língua mesquinha o francês
também temos alguns malucos mas faltam samurais
Sophie Marceau num piquenique, mini-frança
voluntários precisam-se, para a MORTE
poucos parvos querem esse abismo, morte é coisa séria
não se brinca, respeita-se
porque ela é negra e poderosa
é ingénua como estas palavras inconsequentes
sequências de draaaaaaaaaama são longas
a morte é longa
alguns homens são mais longos que outros
algumas gajas são maiores que outras
somos outros, estes e aqueles
travamos a fundo com um punhal entre os dentes
sons da natureza relaxam, sem coros maléficos, isto é
sem cortes a existência torna-se mais aborrecida mas
mais vívida
acho que é isso que precisamos
aranhas a conviver na teia da moda
remendada e a ascender
precisamos disso

a.l.m.a.s
e.m
e.s.t.é.r.e.o

Pussycat Declive

Ele vem a correr e uma espada vem a correr
Revolta dos camponeses quando o crime compensa
Sempensa, sem pressa, degolem os opressores, com calma
Aproveitem a miséria comprometida

Existe fascínio no olhar do homem comum
Há lugar para o vazio dentro do nada
Uma armadilha erudita, deslize de luxo
Violência serenizada

Não há perdão
Não te posso tocar

Bryan Adams está velho
Velho fruto que canta

Rezemos o silêncio em latim
Preces tristes
Pareces triste
Quando te partem o coração

quinta-feira, 19 de março de 2009

O ciúme é uma caixa forte que anda à volta que anda ao círculo

o ciúme faz a espargata

ganhar asas

no silêncio

domingo, 15 de março de 2009

Cheirar-te até anoitecer, até o teu pântano se dissolver no
Olho do Gigante


Sabes que sou louco? Estas frases aplicam-se, quero-te
Não tivesses headphones e falaria contigo
Sei tanto do nada, em tempo anterior
escaparia dos teus braços se te amasse,
mas não te amo, quero-te mas quem não te quer?
Apaixonar-me não seria moda mas antes
devo tornar-me num laboratório
Experiências em mim removidas e administradas
Só um louco para morder a Muralha da China
Preciso de mim, conde da contradição
Num manicómio a florescer sacudido em chuva de cinzas
satisfação e cinzas
gomorra infantil
Espero e debilito-me. Sem ti,
debilito-me. Estou em ti e não te conheço, foda-se
Quero apaixonar-me
Tinha sentido o sentido e a numerologia parecia um feitiço
10 para as 10
E luzes transbordavam pelos olhos, saíam pelos olhos,
olhos que ardiam, faíscas de pequena crueldade
Mal antigo, espanto de glóbulos soltos
Células que não se casam, reproduzem-se
Desrespeito à cruz, mas não interessa porque
ninguém está a olhar
Ardo fortunas em valor, números altos
Perdi o sentido neste caminho
10 para as 10
E os meus olhos ardem.

sábado, 7 de março de 2009

Armário Dos Remédios

A minha Majestade tem a raiz seca
É nazi e aprecia desporto
É confissão quando forma som
Não! Não fui eu nem tu, o
Médico do Trocadilho Fictício
O diário não é fictício, é íntimo
Para mais tarde descobrir mais tarde uns anos
mais tarde recordar
Não acredito na imaginação
Sou objectivo nas palavras
a projecção do futuro não interessa a um mosquito
Cubo de cristal torna-se cadáver
torna-se difícil revelar uf Uturo
Torna-se
Torna-se complicado ler nos vértices

terça-feira, 3 de março de 2009

Blackie Lawless Minha Enteada

(o divórcio teve os seus contratempos)

A inveja é um sussurro, palácio de morcegos
Magia de gengibre, agentes de veias no rosto
de agulhas no rosto, de estática e estatística

Nula: o grito
Ela é uma bruxa, queres que te conte mais?

Isto é uma dança magnetizada
Coreografia do espanto
A gengiva arde oxigenada bebe água para
parar o sofrimento

Trigonometria é regra de jedis
Cereais em ruas povoadas

Ozzy é um espírito da sepultura idiota

dogma

isto é liberdade

Índio com crucifixo nativo americano poção étnica
Vestido de rio
Tributo à Natureza

É sexy a cicatriz que te corrompe o rosto
Nulo
Killer Whales são os pregadores

Emocionado é contente no sinónimo
Feliz é felicidade com mais letras
Le tra s pal a vra s
Espalha a palavra

Tentativa de suicídio tentativa tentativa não se tenta
Faz-se

(isto é POP!)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Estratégica é a Morte

Endoidece o vulcão e o utensílio
cerne da alimentação por colher obtusa
Chamam desvario às competências humanas minhas:
recorde de espezinhar partículas
talvez um talento insonoro emitido me direccione

Veio-me do escalpe este grito ocular
veio da shadow abstracta
esta figura prodigiosa que se
fragmenta e alimenta
entre vocábulos
de pó
diminutos
sem rodeios
ou duelos
sem
espadas em idleness ou demónios
em paragem ___ atmosférica
baptismo de implante modificado

Hoje sou esse parente derretido, contorcido
no império de ruínas
Hoje esvoaço nos estilhaços
Liberto-me

Dou nome ao incêndio

Judas Ensual

Quis escrever um poema mas o orçamento não chegava
para executar um anjo, o poema não
chegava para executar, não chegava
o argumento desvanecido
Os homens não chegavam
Estes homens não chegavam
As mulheres não chegavam
As mulheres e as trevas
Não chegavam

Tantos homens emulam as trevas
Deve ser por isso que
as mulheres dão à luz

Artigo Efémero

A lâmina da lágrima é fantasia de uma boca só
uma hora só, traqueia num minuto bloqueada
Ressuscitamos sobreviventes mortos viventes
Dez sertos em direito englobado na
clareza: articulações cósmicas
Nesta noite entrego o parto ao frio
extasiante, a chama intelectual
que promove o pulmão ao poço
Apresenta
bem-estar às feras, fogo positivo
pouco do que me contam retido
Sou o satélite da luz acariciada
Filosofia do invisível na
morte do conhecimento, uma
pústula do silêncio abrindo
poros na perna suspeita, razão absoluta
Queda do herói litigioso - salvação- o herói inverso

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

AW TE AW

Tenho espaço nos ombros desde que me lembro
daquele carisma arrastado na cratera percebível
Dizem-me que no silêncio qualquer palavra
é inconfundível
E hoje oblitera, não há retorno
Sopram enganos pelo vento avaliado
Antropólogos que raspam cicatrizes do peito na
tentativa de compreender o Homem
Advogados que defendem assassinos por gosto, na orla
na água, sem ética no mar Keting

Publicidade final: uma guerra para acabar todas as guerras

Dei De Comer Aos Bichos

Reparo como o rapto do sol
nunca foi perpetuado, brilhando e brilhando
em tom desmembrado

Suspenso na sílaba ácida perdoo
O rapto que não é um ladrão em si
Subo nos olhos do sol, tal diamante insuflável
Tem duas cores o sol
David Bowie em Stardust Contínuo

Bí-blia

Fantoche maniqueísta outside
Dúvida bidimensional
Provo a mordidela mais
Bittersweet ré
Volução dentária

Sabes que estes peões
São alvos intimistas
Caveiras metralhadas em resoluções médicas

2072, a voz de Deus falou com o povo:
Afinal, best-seller com hífen vende menos

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Demónio Das Coisas Grandes

Não se aguenta o factor 'tempo' de forma leve, não, não
Tempo, todo o tempo possível para momentaneamente desprezar
Mistérios elevados de cirurgia suavizante agora em breve
voltando às aulas de dismorfobia

Olho, e não sou eu que me olha de volta

Resumido em constelações abortais
Cristifico internamente o rapto das sombras irlandesas
A doença social prolonga-se até no vocabulário mais estreito
Mais escondido de raptores com vampiros cruzados e outras regras impostas

Olho, e sou não eu que de volta me olha

(Vejo um filme em lençóis underground, toco em copos
de cristal ramificados em veias disjuntivas, morro sem saber como as árvores
vivem, vivo por saber como as sereias se reproduzem, sou isso, um cântico, um momento, um simples servo do...)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Porque Eles...

(Hoje não te ligo porque ontem não me ligaste)

Oferta de carne e tijolo
Trabalhar a carne no sótão
Susceptível o signo operado em cama pura
Simbolismo rasgado
Duas virgindades de mão dada
E carros formato-árvore
E sombras diurnas
E a franja do Inferno
Chove em Veneza e na piscina
Lança-chamas arde metrópoles de papel
Indícios de pele nocturna
Pirilampo com autonomia própria
Quando nas escadas sentada, ensinamentos fazem a cabeça:
Espécimen enclausurado
Livre, és livre, és tão livre!
E agrilhoada
Detestas água, caminhas sobre pântanos
Sorriso metálico adaptável
Evitada repetição para crescer
Camaleão mimado, Madonna privada
Requinte pelo crânio delicado
Porcelana em forma de alma, em forma de arte,
em forma de franja, em forma de nocturna...
em forma de ontem...

Corpo anti-pessoal
Suprema vagina elaborada
A vagina como arte
Distante.

Perto, mas tão perto

Interrupções vocais detestam a luz
Luta apagada desbocada sobrevalorizada

É íntimo quando as bocas não mexem
Acidental delírio o que se preenche no intervalo

É ódio quando a guerra dispara em sapatos ornamentais
Dorothy em brilho especial

Saliento o talento homogéneo
De te observar de longe, a mim, ao espelho e a ti

A pós-metálica
A luxuosa
A espaçada
A apocalíptica

Júpiter em chamas delineada

Impressões forçadas na medula
Simpática e regenerada

Adoro-te
Porques os feios também se apaixonam

(Trabalhar a carne no sótão é gasto, trabalhar redundâncias inevitável)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Depois Da Multidão

Há um harém perto do meu estômago a pedir que o anunciem
A pedir que
Reconheçam esses vícios como reconhecem a maneira funeral
Que os cadáveres adoptam quando desistem de viver quando
Se concentram em rampas indeterminadas e
Namoros atómicos com qualquer um que deseje ser um

É impróprio desejar a pormenorização do espírito em
Constante uniforme trágico
É constante cravejar olhares para o espaço em
Constante força plural

Descobri-te
És isso que sou: uma mulher lacrimejante

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O Milagre Redutor

(com a ausência de onomatopeias)

Lápis aconchegado em prolongamento sedutor
Permito a poluição resultante da tua aura em ferida
Misturo testa com perfil e dramatização
Trituro a leitura confortável que escravizas

Não acredito no aconchego ocasional de acasos transparentes
Põe-te à venda
Põe-te à venda e eu aceito
Só assim te verei na totalidade

Rastejo no meio de garrafas partidas em fantasia oblíqua num
Lugar marcado da desoladora geografia

Classifico-te como "A Mais Perfeita do Mundo e Arredores"

Sei que é estúpido, mas
Sinceramente a Humanidade não me deve nada

Não acredito na magia tridimensional do caos trasparente
Põe-te à venda
Põe-te à venda e eu aceito
Só assim te verei na totalidade

Só assim eu serei tu...