segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Nómada Silencioso

Dia de Inverno aconchegado
Entra a sina premonitória com ritmo de elevador
A anunciar o fim
Talvez o envolvimento bonito de um motor
E um animal nos salve do paraíso

Enquanto isso, a criança inóspita brinca
As suas palavras
Parecem alcatrão queimado

(Converte-se a inocência em disparate
Para evitar confusões)

Ouço passos em dimensão absurda
Devo ser eu a entrar em mim a entrar nos passos
A afastar-me

De forma pré-frontal, o vento é encarado como um luxo
Um poema cardíaco que simplesmente se mexe
Como ele seria se só me movesse, se não ficasse
.Se fosse belo.

Chove para nos lembrarmos que somos de pedra

A beldade nunca se julga bela e quando se julga, sabe sempre que não é bonita
Ela

Gelo de mãos pelos direitos humanos
Tocam-se em galáxias
Tocam-se em bocas
E morrem
Sem nunca saber porquê

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