sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Espantalho Mundano e o Poder do Sal Abstracto

O nada é perfeito e o nada é o nada

São assim coisas que me assaltam os dedos
Alguns chamam-lhe agitações
Eu considero-os benefícios
Daqueles bem naturais

Estilo desanquadrado destriangulado mas com algum enquadramento
A tinta é uma droga que com traços se dissipa

Intitulo-me de filósofo mas só às vezes
Sou o dono de uma esgrima invisível
Nocturna aos olhos sensíveis

Sou fome e agitação
Manipulador da estrada irreal
Ulisses de peluche

Pela serenata do gato dominado
Sou o que sou pelas navegantes que me preenchem
Um catálogo andante

E mais que secar por elas mesmas
Tenho lágrimas que não chegam a existir

Sou sortudo no entanto
Cuspo pérolas e karma
Sinto-me especial

Acabo por acreditar mais em Deus do que Ele no Super-Homem

Este poema
Não é um poema
A sério que
Não é um poema, definitivamente
São outras coisas
São #%$@&*
Pedaços de cérebro ensopado

Desculpo todos os que pensavam encontrar aqui um poema
E espero que me desculpem por não desculpar

Sinto-me sempre melhor depois de desabafar
E de espancar sem-abrigos

Tiros na cabeça são inofensivos se forem na cabeça
Se forem na cabeça, se forem na cabeça, se forem na cabeça....

Capítulo IV

Era uma vez um rapaz de gengibre que se comeu a si mesmo.

Já disse que sou irreal
Talvez não humano
Mas ao mesmo tempo um deles
Animado

Sou

Um que usa pedras para o apedrejamento
E ainda as usa para ficar pedrado

Lúcifer numa toca
Atirado a um canto
Disse-lhe:

"O amor é perigoso rapaz, não toques nisso"

Angústia de adolescentes pica na sua hilariância
Até Hitler tinha pais

No rio Styx pedem almas e isqueiros
Também no Sub-Mundo há mitras

Mais que a mim, venero-me com mais fervor do que Nietzsche
A si
E se um dia me sentir feio será fácil:

Suicido-me no corpo picotado da Winehouse

Mas não se preocupem,
Para à próxima será melhor

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