O nada é perfeito e o nada é o nada
São assim coisas que me assaltam os dedos
Alguns chamam-lhe agitações
Eu considero-os benefícios
Daqueles bem naturais
Estilo desanquadrado destriangulado mas com algum enquadramento
A tinta é uma droga que com traços se dissipa
Intitulo-me de filósofo mas só às vezes
Sou o dono de uma esgrima invisível
Nocturna aos olhos sensíveis
Sou fome e agitação
Manipulador da estrada irreal
Ulisses de peluche
Pela serenata do gato dominado
Sou o que sou pelas navegantes que me preenchem
Um catálogo andante
E mais que secar por elas mesmas
Tenho lágrimas que não chegam a existir
Sou sortudo no entanto
Cuspo pérolas e karma
Sinto-me especial
Acabo por acreditar mais em Deus do que Ele no Super-Homem
Este poema
Não é um poema
A sério que
Não é um poema, definitivamente
São outras coisas
São #%$@&*
Pedaços de cérebro ensopado
Desculpo todos os que pensavam encontrar aqui um poema
E espero que me desculpem por não desculpar
Sinto-me sempre melhor depois de desabafar
E de espancar sem-abrigos
Tiros na cabeça são inofensivos se forem na cabeça
Se forem na cabeça, se forem na cabeça, se forem na cabeça....
Capítulo IV
Era uma vez um rapaz de gengibre que se comeu a si mesmo.
Já disse que sou irreal
Talvez não humano
Mas ao mesmo tempo um deles
Animado
Sou
Um que usa pedras para o apedrejamento
E ainda as usa para ficar pedrado
Lúcifer numa toca
Atirado a um canto
Disse-lhe:
"O amor é perigoso rapaz, não toques nisso"
Angústia de adolescentes pica na sua hilariância
Até Hitler tinha pais
No rio Styx pedem almas e isqueiros
Também no Sub-Mundo há mitras
Mais que a mim, venero-me com mais fervor do que Nietzsche
A si
E se um dia me sentir feio será fácil:
Suicido-me no corpo picotado da Winehouse
Mas não se preocupem,
Para à próxima será melhor
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
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